O dia em que voltei ao cinema
Quem me conhece sabe que cinema não é a minha praia. Gasto umas boas dezenas de euros por ano noutras culturices (qualquer dia divago sobre isto) mas cinema... epá... não! É mesmo uma cena que não me assiste. Por vezes ainda me entusiasmo com alguns nomes sonantes mas ao fim de trinta minutos estou ferrada a dormir (felizmente percebi isto há mais de 10 anos e deixei de gastar dinheiro em vão).
Pensei que a culpa fosse do meu sofá, demasiado confortável. Até é mas... adormeço igualmente numa qualquer sala de cinema do país. Estou 10 minutos sentada de forma correta até àquele momento em que começo a afundar-me na cadeira em busca da posição ideal. Check, feito! Agora é só deixar acontecer (e por norma, mais 10/15 minutos são suficientes). Ponderei a hipótese de ter a ver com a escolha do género mas também não me parece. Adormeço com a mesma convicção quer seja um romance, um policial ou uma comédia. Posto isto, parece-me real, não fui feita para apreciar a sétima arte.
Já tinha assumido esta realidade na minha vida até ao dia em que chegou ao cinema o filme que me fez regressar - "Bohemian Rhapsody". Desde que me lembro que ouço Queen. Era das bandas mais ouvidas na minha casa e muitas das minhas memórias de infância têm Radio Ga Ga, Under Pressure ou I Want You Break Free como banda sonora. Sempre foi a minha banda de eleição. E sempre foi uma pena para mim não ter tantas memórias de Freddie Mercury como tenho das suas músicas. Percebi desde logo que não podia perder este filme. E que não podia vê-lo noutro sítio que não fosse uma sala de cinema.
Mais do que qualquer pormenor cronológico, o filme vale pela música, vale pela biografia, vale por nos fazer recordar o génio que foi Freddie e vale pela interpretação monstruosa de Rami Malek, principalmente na cena do Live Aid. Escusado será dizer que sussurrei todas as músicas, que passei o filme a bater o pézinho e que seria capaz de voltar. Pelo Freddie e pelo Rami!
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